quarta-feira, 1 de junho de 2011

Mas-se-pudesse-se-entregava-assim-correndo-e-já-estaria-lá-nos-novos-braços-desejados

Ele não sabia se era errado, mas o frio de seu coração partido estava ficando quentinho, e ele estava mais afim de fazer coisas, de saber sobre as coisas, aos poucos, tinha uma razão e ela, tinha uma parcela de culpa.
Quanto mais ele conhecia aos outros e outras, às novas coisas, mais ele queria saber sobre ela, e procurava, insaciavelmente sobre novas informações, sobre músicas, sobre fotos antigas. E não se sentia culpado se desprezava aos demais, e não se sentia mal se não reparasse no corte novo, na toalha nova. Mas isso era aos poucos.
Tampouco tinha se recuperado daquela baita batida braba que sofreu por alguém que amou há tempos..! Mas que agora, graças aos Cosmos, estava esquecendo. Porque claro que não ia se entregar assim, a nova paixão ainda tinha lá seus anseios, ele não era burro. Mas-se-pudesse-se-entregava-assim-correndo-e-já-estaria-lá-nos-novos-braços-desejados, mas não, cautela, irmãos, cautela.
Ver ao outro Judas não lhe doía tanto mais. Judas não o negou três vezes como Pedro, mas o crucificou e fez sair sangue, da onde não devia – e não estou me referindo a Jesus, juro. Judas estava decaindo como deveria, todos temos nosso Judas, e o dele estava lá, naquela poça funda, cada vez mais funda. Judas não pensou que poderia cair tão fundo, e no fundo, nem ele queria que seu Judas caísse tanto, por mais que o matara, Judas ainda era alguém com sentimentos. Essa nova paixão dava uma compaixão a ele, que era uma coisa inexplicável. Ainda que a cor de nada estivesse mais intensa, as coisas estavam mansas, quer dizer, estava tudo suave, o que é muito bom também. 
Mas à nova paixão devemos os novos dias! Os novos desejos, complexos, caros, expansivos para o pouco tempo. Muitas idéias, pouca disponibilidade, que ele estava disposto a conseguir de qualquer jeito, custe o que custar. 
                                       Mas valeria à pena lutar por uma nova pessoa?

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