quarta-feira, 10 de agosto de 2011

hell, I've seen America's best.


Iracema é a folha escura que faz sombra em tua alma; deve cair, para que a alegria alumie seu seio.

Iracema caiu, a paz voltou, as coisas estavam no lugar e essa era a mais bela despedida do mundo. Injúrias impostas, secretas, eu sabia que ela ia embora, pois o que é penoso não deve ficar. Te quis, Iracema, virgem – não – dos lábios de mel, nenhum povo será tão doce quanto teu sorriso, nenhum ventre carregará meu filho, sua morte não causará maior dor em ninguém do que a mim, mas teve de partir, para que eu pudesse viver, e eu tive que matar quem me consumia.
Iracema residia, tua forma de chamar atenção era obedecer ao meu silêncio, não se permitia uma palavra, de fato também pensava que sair seria o melhor. Iracema cuida de si mesma, e eu cuido de tudo aqui. Já sei que foi melhor não jurar vidas eternas ao que não pode nem começar a viver, ainda bem. Se fui sincero? Não sei, mas senti, um pouco.
Àquela paz que duraria dois segundos eu doava toda minha dedicação, fui hipócrita com uma hipócrita, como uma hipócrita só podia ser, não mais. Àquela paz de dois segundos faria com que eu voltasse a dormir, e eu ainda tenho em minhas pernas o resto de Iracema, ela se foi e deixou algumas marcas, uma hora e dezesseis minutos com Iracema já é o suficiente. Me ignora.
Minha vida passada já havia sido isso faz tempo, digo, Iracemas na minha aldeia apareciam com freqüência, me hipnotizando com uma dança cada vez mais sensual, estava bem aqui, me fazendo sofrer mais e mais, na minha descrença larguei minhas Iracemas e me uni a uma só, que não era Iracema.
Eu nunca busquei a simplicidade, nunca busquei a paz. Estava me dando por satisfeito em ficar cada vez mais feliz com meus problemas, com conflitos, com tristezas, mas é impossível ser feliz e triste ao mesmo tempo. Eu devo confessar que refutar Iracema foi de longe uma das coisas mais ousadas que fiz, mas como a mesma dizia, tenho excesso de ousadia, então se divirta com minha ousadia em excesso que estava há muito tempo guardada. Você não me conhece, e eu não te conheço, Iracema, ousadias por traições são todas iguais, estamos quites e com cem anos de perdão. Mas não te perdoei ainda porque não há nada o que perdoar.

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